segunda-feira, fevereiro 25, 2008

A SAÚDE VISTA POR FORA...

Portugal tem falta de médicos generalistas e concentra demasiados recursos nos hospitais mas, o Estado garante normas de qualidade na prestação de cuidados, conclui o Relatório Conjunto de 2008 sobre Protecção e Inclusão Social, divulgado em Bruxelas.

No documento são identificados como obstáculos ao acesso da população aos cuidados de saúde "a falta de médicos generalistas e de certos especialistas nas zonas rurais e em determinadas regiões, a concentração de recursos nos hospitais, nas grandes cidades e na faixa costeira e a falta de cobertura de certos serviços por parte do Serviço Nacional de Saúde (designadamente os cuidados dentários)".

Bruxelas considera ainda que esta situação "interfere com o funcionamento de um sistema nacional de saúde assente nos cuidados de saúde primários e gera uma utilização desnecessária de cuidados hospitalares e de emergência dispendiosos".

O relatório destaca ainda que, em Portugal, "as crescentes assimetrias sociais e as desigualdades no acesso geraram uma maior prevalência de estilos de vida menos saudáveis, condições de saúde precárias (tuberculose) e desigualdades ligadas à saúde".

Por outro lado, é positiva a reestruturação dos centros de saúde para criar "pequenas unidades de saúde familiares mais próximas do domicílio ou do local de trabalho dos utentes e mais correctamente sincronizados com os hospitais e as unidades que prestam cuidados prolongados".

A Comissão Europeia sublinha ainda que "o Estado [português] garante normas de qualidade nas instituições públicas e privadas", tendo criado uma autoridade independente para questões de qualidade.

O relatório destaca entre os desafios a que Portugal terá que dar resposta a melhoria da provisão de cuidados de longa duração e a redução das disparidades geográficas da oferta.

in Jornal de Notícias

Ver aqui relatório: "Relatório Conjunto sobre Protecção Social e Inclusão Social 2008"

Afinal, parece que Bruxelas discorda da política de saúde deste governo. O fecho de Maternidades, Sap's e outros centros de saúde, pelo interior veio acentuar a já má qualidade dos serviços de saúde, ao contrário do que afirmava o Ministro "coveiro" Correia de Campos. Neste relatório pode-se ler que o Estado se preocupou em políticas meramente economicistas, em detrimento das necessidades reais da população. Mas os nossos governantes pouco se importam, também será difícil importarem-se, se por um lado temos BRUXELAS a exigir o cumprimento do déficit, e por outro a dizer que o estado está com políticas meramente economicistas. O mal, é que BRUXELAS, não diz, e isso é que devia ser dito, que este pacto de estabilidade e crescimento (PEC) deve ser tomado nas áreas onde afectem menos as populações, que é para os governos não se agarrarem a isso e depois pratiquem estas políticas, que interessam a todos menos aos cidadãos. "Depois da casa roubada, trancas à porta." E oxalá, não venham os nossos Governantes, futuros, fazer demagogia com este relatório como o já fizeram com tantos ouros, tirando proveito político dos mais incautos.

O Mesmo relatório, agora segundo a notícia do Correio da Manhã, aponta para “Portugal tem mais desigualdades” onde consta, e passo a citar:

«Portugal é um dos Estados-membros da União Europeia (UE) que apresenta maior risco de pobreza e mais desigualdades na distribuição dos rendimentos, revela esta segunda-feira o Relatório Conjunto de 2008 Protecção e Inclusão Social.»

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