quarta-feira, novembro 29, 2006

Condomínios ou “Ilhas ao Alto”.


Lembro-me, quando era pequenino, de haver, junto da casa da minha avó materna, as denominadas “Ilhas”, que não eram nada mais nada menos, que pequenas habitações, todas juntinhas, aglomerados de telhados em chapas de Zinco, construções clandestinas muitas delas, mas com muito boa gente alia viver, outras nem por isso. Como dizia a música dos GNR, «...vivo numa ilha, sem calor tropical, a fauna é variada, demografia acidental, não é rodeada por água, e tem lama no Natal, quem a rodeia por vezes é a força policial...». Ora como tudo na vida evolui, estas chamadas “Ilhas” também evoluíram, deram aso aos condomínios, que em tudo são as ditas. Só altera, porque existe alguma, eu digo alguma porque é mesmo escassa essa legislação, que leva a situações algo embaraçosas, e a “guerras” despropositadas. A sociedade moderna, adora este tipo de habitação, pois só desta forma se consegue viver em grande parte perto dos meios urbanos, pois crescer em altura é sempre diferente de crescer em largura. Ora a nossa sociedade de consumismo, desesperada de centros comerciais, devoradora de montras, e stressante, apenas se contenta com esta tipologia habitacional. Ocorrem coisas engraçadas e algo rocambolescas, que acabam por condicionar a vidas a estes condóminos, e eu vou dar um exemplo que por se ter passado comigo, não deixa de ser interessante. Em 1998, comprei um apartamento usado (2 anos), o prédio fora construído em 1996, financiado pela banca, tipo 2, ultimo andar, vistas magnificas sobre a invicta, e começou o meu martírio. Eu nunca tinha vivido em semelhante, aglomerado habitacional, era tudo novidade, 8 condóminos por entrada, 5 entradas, lojas por baixo, lugar de garagem e arrumos. Fui logo no início enganado pelo filho do construtor, que me disse ser um o lugar de garagem e 3 anos mais tarde vim a saber era outro, pacificamente se resolveu, e tudo voltou ao normal, mas o mais grave estava para vir, é que, segundo as pessoas que ali moravam, as lojas não pagavam condomínio por não saber a quem, devido a todas as entradas reclamarem o dito. Aqui o construtor, se a lei o previsse, devia ser chamado á capa, mas não, ele está-se perfeitamente borrifando, e nós temos de gastar rios de dinheiro em tribunais e estes funcionam lindamente, no nosso país, não obstante, as lojas constantemente fugirem ao pagamento. Mas há ainda outras situações mais, que por escassez de tempo as aqui não digo. Deixo apenas estes conselhos a quem quiser comprar casa em condomínios, ou em andares, moradias, etc.

1. Tenham em atenção, que deverão ver sempre a planta total, e particular do objecto da compra.
2. Certifiquem-se das contas do condomínio, se for o caso de ele já existir, ou se for novo o andar, de que o empreiteiro já o constituiu no âmbito da propriedade horizontal, pois é o ser dever.
3. Cuidado com as falsas promessas, tipo parabólicas e outras que mais.

Estes são os principais, embora haja outros relacionados com o imóvel, mas que para efeitos de condomínio pouco adianta.
O estado quer lá saber desta situação, demora na resolução dos problemas e legisla mal, e não fiscaliza os empreiteiros que constróem á balda. Espero ter contribuído para algo com este post.
"Ó Rosa tu não cumprendes!"

segunda-feira, novembro 20, 2006

Ainda as SCUT!!!


Hoje veio a lume mais uma controvérsia, que ao ser verdade nos hipotecará, a nós contribuintes, na panóplia de políticas sanguessugas dos monopólios capitalistas que mandam neste jardim quase seco. A ideia de prolongar de 30 para 50 anos o pagamentos das SCUT, vem por si só atrofiar a cabeça de nós todos, porque ao ser verdade, a parceria para as ditas de Governo/Privados, será feita com uma nova renegociação dos valores aumentando os próprios, no caso do prolongamento, em mais 27% o seu custo final, e mais uma vez aí está o Zé Povinho a pagar. Ora quem fez esses contratos iniciais, foi o próprio governo, que agora diz a factura estar a ser pesada para os cofres do estado, sinceramente, basta de vilanagem, cambada de abutres sem escrúpulos! Tenham vergonha! E nós a ver a banda a passar. Raios partam isto! Cada vez tenho mais nojo destes Energúmenos.
"Ó Rosa tu não cumprendes!"

sábado, novembro 18, 2006

“Ás Moscas!”


No outro dia, dei comigo a pensar, será que a UEFA, tem tanto poder assim sobre os países organizadores dos EUROPEUS e dos MUNDIAIS? A respostas é óbvia, claro que tem, senão vejamos:
O EURO2004, aqui em Portugal, foi de facto a prova cabal disso mesmo, porque houve efectivamente estádios feitos para estarem cheios de gente e outros não. Como exemplo dou alguns:
- NOVA CATEDRAL; ESTÁDIO DO DRAGÃO; BESSA XXI; DOM AFONSO HENRRIQUES; CIDADE DE BRAGA; CIDADE DE COIMBRA. Estes foram feitos para estarem cheios, ou pelo menos para receberem muitos adeptos.

- ESTÁDIO DO ALGARVE; MUNICIPAL DE AVEIRO; ALVALADE XXI; MUNICIPAL DE LEIRIA. Estes foram para estar ás moscas.

Eu digo que estes últimos foram para estar ás moscas, porque estão de facto ás moscas, exceptuando o ALVALADE XXI, mas veja-se pela coloração das cadeiras, tricolores que dão a sensação de “Full house”, quando na verdade é ilusão de óptica. E quanto dinheiro foi lá gasto? Foi por imposição da UEFA, que se construíram tantos estádios de futebol, para depois passado o EURO2004, estarem de facto vazios meses a fio. O nosso país tem dado efectivamente passadas maiores que as pernas, e foi com pompa, com alegria, e entusiasmados que ficamos, quando foi atribuída a Portugal a organização do EURO, mas não foi mais do que um arranjo de vida para muitos dos nossos sanguessugas, que proliferam a todo o vapor nos meandros da política e futebol, sendo claro, ao contrário do que muitos querem fazer parecer, que FUTEBOL e POLÍTICA andam cada vez mais de mão dada.
"Ó Rosa tu não cumprendes!"

quarta-feira, novembro 15, 2006

Conjuntura económica, o bode expiatório para as empresas!


No início do corrente ano, a empresa onde trabalho, um grupo forte e sólido, reuniu com os trabalhadores, e comunicou-lhes que face à conjuntura económica nacional e internacional, não permitia a esta aumentar os salários, e que teria mesmo de cortar em despesas, para assegurar alguns postos de trabalho. Foram dadas directrizes aos gerentes das filiais, nesse sentido, o que todos nós, os trabalhadores da mesma, sofremos com esses cortes, e com o não aumento dos respectivos vencimentos. Constatei, mais tarde, que chefes de secção continuavam a levar os prémios mensais de produção. Foram feitos investimentos em equipamento informático a nível nacional na ordem dos milhares de contos, melhorando é certo as condições de trabalho, algum deste investimento era e ainda é despropositado, devido ao facto de muito do equipamento ser actual. Foram dadas viaturas novas, aos vendedores, algumas nem sequer um ano tinham, mas aqui foi a necessidade, segundo a administração, de se matricularem carros, visto ser uma empresa do ramo, para depois se manipularem os números em vendas anuais, como é praxe no nosso país. Constatei também que em nenhum destes meses passados, ficou aquém dos objectivos traçados pela administração, em termos de volume de vendas, tendo em certos meses, na sua maioria, ultrapassado em grande escala esses valores. Posto isto, e quero com isto constatar o seguinte:

A maioria das empresas, grandes e médias, tem como “bode expiatório” a crise, para retirar direitos e garantias aos trabalhadores, e não foi só na minha que isto aconteceu. Tenho a certeza de que não.

O sacrifício, segundo estes senhores deveria ser para todos, sem excepção, mas não, mais uma vez o mar bate na Rocha e quem se lixa é o mexilhão, porque os chefes e os gerentes continuam a levar balúrdios ao final do mês para casa.
O meu filho, pediu-me para o inscrever na natação, e eu com franqueza lhe disse, que não, mas ele insistiu e eu perguntei-lhe:
- Olha lá, a natação pode-se pagar com melhorias de condições de trabalho, e com carros novos, que foram dados aos vendedores?
Ele sem entender, pois a sua cabecinha ainda não atinge estes problemas, a bem da sua saúde mental, disse-me:
- Não, papá! Custa 25€ a inscrição, mais 25€ a mensalidade.
Ou seja, todos entes investimentos que descrevi anteriormente, não serviram de nada a mim nem serviram de nada ao meu filho, e aos meus colegas, e aos filhos deles, serviu sim à empresa.

Moral da história, é lógico que inscrevi o meu filho na natação, afinal sempre são menos uns cafés no final do mês, que não se tomam. Mas se eu pude fazer essa vontade ao meu filho, para bem da sua saúde, também os há que o não poderão fazer, e isto meus amigos é apenas um exemplo, porque até há em casos extremos quem deixe de comer, sim de comer porque estas políticas são de mentira, são demagogas e desprezam os trabalhadores, discriminando-os negativamente.
Beezzblogger