quarta-feira, novembro 15, 2006

Conjuntura económica, o bode expiatório para as empresas!


No início do corrente ano, a empresa onde trabalho, um grupo forte e sólido, reuniu com os trabalhadores, e comunicou-lhes que face à conjuntura económica nacional e internacional, não permitia a esta aumentar os salários, e que teria mesmo de cortar em despesas, para assegurar alguns postos de trabalho. Foram dadas directrizes aos gerentes das filiais, nesse sentido, o que todos nós, os trabalhadores da mesma, sofremos com esses cortes, e com o não aumento dos respectivos vencimentos. Constatei, mais tarde, que chefes de secção continuavam a levar os prémios mensais de produção. Foram feitos investimentos em equipamento informático a nível nacional na ordem dos milhares de contos, melhorando é certo as condições de trabalho, algum deste investimento era e ainda é despropositado, devido ao facto de muito do equipamento ser actual. Foram dadas viaturas novas, aos vendedores, algumas nem sequer um ano tinham, mas aqui foi a necessidade, segundo a administração, de se matricularem carros, visto ser uma empresa do ramo, para depois se manipularem os números em vendas anuais, como é praxe no nosso país. Constatei também que em nenhum destes meses passados, ficou aquém dos objectivos traçados pela administração, em termos de volume de vendas, tendo em certos meses, na sua maioria, ultrapassado em grande escala esses valores. Posto isto, e quero com isto constatar o seguinte:

A maioria das empresas, grandes e médias, tem como “bode expiatório” a crise, para retirar direitos e garantias aos trabalhadores, e não foi só na minha que isto aconteceu. Tenho a certeza de que não.

O sacrifício, segundo estes senhores deveria ser para todos, sem excepção, mas não, mais uma vez o mar bate na Rocha e quem se lixa é o mexilhão, porque os chefes e os gerentes continuam a levar balúrdios ao final do mês para casa.
O meu filho, pediu-me para o inscrever na natação, e eu com franqueza lhe disse, que não, mas ele insistiu e eu perguntei-lhe:
- Olha lá, a natação pode-se pagar com melhorias de condições de trabalho, e com carros novos, que foram dados aos vendedores?
Ele sem entender, pois a sua cabecinha ainda não atinge estes problemas, a bem da sua saúde mental, disse-me:
- Não, papá! Custa 25€ a inscrição, mais 25€ a mensalidade.
Ou seja, todos entes investimentos que descrevi anteriormente, não serviram de nada a mim nem serviram de nada ao meu filho, e aos meus colegas, e aos filhos deles, serviu sim à empresa.

Moral da história, é lógico que inscrevi o meu filho na natação, afinal sempre são menos uns cafés no final do mês, que não se tomam. Mas se eu pude fazer essa vontade ao meu filho, para bem da sua saúde, também os há que o não poderão fazer, e isto meus amigos é apenas um exemplo, porque até há em casos extremos quem deixe de comer, sim de comer porque estas políticas são de mentira, são demagogas e desprezam os trabalhadores, discriminando-os negativamente.
Beezzblogger

1 comentário:

Anónimo disse...

PAssei hoje por este blogue e gostei do que vi, um retrato dos dias de hoje!
Tenho acesso a estes meios informaticos atraves da biblioteca municipal (o unico acesso cultural e informatico que tenho) porque de facto com a crise que estaos a passar ja nao da para almoçar ou jantar todos os dias isto é se se almoça, nao se janta e vice-versa.
Mas ouvimos falar do aumento das ferias fora do pais...dos concertos esgotados...quem tem esses previlegios? alguns... apenas alguns... outros fazem ferias no banco do jardim assistem a concertos via tv e ja gozam! É o retrato do simplex e do MIT