sábado, abril 12, 2008

A CARTA QUE AINDA NÃO ENVIEI AO PRIMEIRO MINISTRO...

Esta será a carta, que em vésperas das eleições, tenciono enviar ao Primeiro-ministro, dando conta da minha indignação, e falando um pouco também por aqueles que não têm voz, ou não a sabem colocar. Será que ele a vai ler?

Começaria então assim:

Carlos Fernando Marques da Rocha

Ao cuidado do Exmo. Sr. Primeiro Ministro, o Sr. José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa

Saiba vossa Exª, que no pleno direito que me assiste como cidadão, eleitor e contribuinte, à luz da Constituição da República, venho por este meio dar-lhe conta do seguinte:

A vida dos Portugueses em geral vem-se deteriorando dia após dia, ao contrário do que Sua Exª tem afirmado aquando das suas intervenções populistas e demagógicas. A educação, foi abalada pela “avaliação de desempenho” que vossa Exª e este governo queriam implementar à força, recuando logo depois após forte contestação da classe, e diga-se exemplar manifestação, que jamais foi vista em Portugal por uma outra qualquer classe de trabalhadores. Recuaram, e bem, com os olhos postos nas próximas eleições de 2009, para garantirem assim um lugar, novamente no poder. Um recuo estratégico portanto. Os combustíveis, sobem em flecha quando há um aumento do barril do petróleo com efeitos imediatos, mas mal este baixa, os preços mantêm-se inalterados fruto da “cartelização” do sector em Portugal, e o Sr. assobia para o ar. A Banca, detêm ano após ano lucros incalculáveis, e sua Exª assobia para o lado, ajudando mesmo o sector com baixa de impostos, e perdoando outros. As empresas deslocalizam-se, para os países de leste e norte de África, como a DELPHI, YAZAKI SALTANO, LEAR, entre muitas outras, despedindo centenas de Portugueses colocando estas famílias na rua da amargura, e o Sr. anda mudo e quieto. O Sr. mente quando diz que vai criar 150.000 novos empregos, mas esqueceu-se do prefixo “Des”, pois o que o sr. queria dizer e tem criado são Desempregos, lá chegaremos aos 150.000 desempregados novos desde que o Sr e o seu Governo chegaram ao poder.

Saiba vossa Exª que me revolta, ver pessoas a serem mandadas trabalhar numa junta médica fraudulenta com ordens do seu governo para não aposentar ninguém, e essas pessoas morrerem logo depois, e ao fim de anos de trabalho digno verem negado o direito à sua pensão de invalidez porque as juntas médicas, de Médicas só o nome não lhe concederem a reforma justa. E constatar, que um ex-administrador de um Banco, o BCP, de seu nome Paulo Teixeira Pinto, reformar-se com uma pensão de invalidez da noite para o diae com um valor astronómico. Constatar que os deputados da assembleia da republica saem ao fim de 2 mandatos com a reforma vitalícia, que os presidentes de Câmara, os ministros, os directores de serviços públicos, idem idem aspas aspas, assim não há segurança social que aguente Sr. Primeiro Ministro.

Saiba vossa Exª, que o país não está de tanga, pelo menos para alguns, esses sim e os Srs., andam-nos a dar tanga. Na justiça, o Sr. fez um pacto com o maior partido da oposição (onde andará ela) para se salvaguardarem das vossas asneiradas e compadrios curruptos, pois, mas esqueceu-se que esse pacto e a reforma por ele originado no código do processo penal, trouxe mais insegurança ao país, tudo em prol da vossa própria impunidade.

Saiba vossa Exª, que na saúde, o seu governo, em prol dos grupos privados, fez o maior atentado aos Portugueses do interior do país, com fecho de Maternidades, Sap’s, e centros de saúde. O Sr. Ainda vai a Vilar de Maçada? Não deve de ir, é pena, uma aldeia tão bonita, gabo-lhe o berço, Sr. primeiro Ministro. A colocação de ambulâncias em substituição destes centros todos que atrás referi, veio dar muito lucro à Volkswagen, e à Auto-europa, vendedora destas viaturas, se calhar foi assim que conseguiu que ela não se deslocaliza-se, mas podia ao menos ter pensado nestas pessoas que já pouco têm, e se para manter uma Fábrica valerá a pena sacrificar vidas humanas.

Estou disposto, discutir este e outros temas consigo, e dizer-lho olhos nos olhos, que ainda podemos salvar Portugal, mas o sr. e o seu governo, tem de ouvir as pessoas, as suas necessidades e governar para elas, não para os grandes grupos económicos nem para a Banca, por que assim acaba de ser corrido do poder.

Por tudo aquilo que disse e mantenho, este país está doente, e o vírus é o sr. e o seu governo.


Com cordialidade


Carlos Rocha