sábado, julho 21, 2007

«Reforma só se estiver a morrer !»

Um cancro roubou-lhe o intestino e obrigou-a a viver com um saco preso à barriga, por onde saem as fezes, sem que tenha controlo sobre elas. Pediu aposentação, mas junta médica diz que professora «não reúne as condições necessárias»

Maria da Conceição Ferrão tem 57 anos e passou mais de metade da vida a dar aulas. Há dez anos, um cancro no cólon obrigou-a a uma operação em que lhe retiraram parte do intestino e que lhe mudou a vida. Fez quimio e radioterapia e vive com um saco colector preso à barriga, por onde lhe saem as fezes, sem que tenha qualquer controlo sobre elas. Juntas médicas declararam-na incapaz para exercer funções docentes, mas quando pediu aposentação, responderam que «não reúne as condições necessárias».

Com a serenidade de quem já vive nesta situação há 10 anos, a docente contou ao PortugalDiário a sua história. Em 1997 foi-lhe diagnosticado um cancro no cólon e foi submetida a uma colostomia, uma cirurgia em que lhe retiram parte do intestino e lhe coseram o ânus. Desde então vive com um saco colector preso à barriga, do lado de fora, por onde saem as fezes.

«Por não haver músculo, não tenho controlo sobre a saída das fezes. É como se fosse incontinente», conta. O saco vai enchendo e tem de ser trocado várias vezes, situação que se agrava quando tem descargas intestinais, cerca de uma vez por semana, altura em que «o saco enche de imediato, chegando por vezes a rebentar», sem aviso prévio, nem forma de evitar.

«Esteja onde estiver, tenho de voltar para casa e tomar banho», explicou. Depois, sente uma «enorme exaustão» e precisa de se deitar para descansar. «É difícil por isso cumprir horários, porque os intestinos não os têm», lamentou.

In: Portugal Diário

Infelizmente, parece que, nada há a fazer perante estes casos, o Governo mostra-se "Chocado", pelas afirmações do Primeiro Ministro, mas na prática nada acontece. O Governo diz que vai alterar a lei, mas o que é certo é que continuam a acentuar-se estes casos. E eu pergunto:

- E os casos, anteriores, se a nova lei entrar em vigor, serão alvo de reavaliação?

- O estado estará a contemplar, todos os casos, ou só os que lhe interessam e são mais mediáticos?

- Que solução, tem as autoridades de saúde deste miserável País, perantes estas situações desumanas, e de Insensibilidade social, moral e até de arrogância atroz por parte destas juntas médicas de malfeitores?

Não basta, Sr. Primeiro ministro, mostrar-se "chocado", não basta falar como bom falante que o Sr. é, não o nego, para a plateia a anunciar medidas imediatas, e depois demorarem anos a serem postas em prática. O Sr. tem o dever, como pessoa de bem que quer parecer, deve empenhar-se na sua resolução prioritária, já que de vidas humanas se tratam, tratam-se de vidas com família, como o Sr. tem, de vidas com responsabilidades como a do Sr., aplicando-se a velha máxima que é:

"À mulher de César, nas basta parecer séria, tem de o ser!"

1 comentário:

Menina do Rio disse...

Triste, mas real...
Beijo